Época
2015
Feitas de êxtase, de prazer, de gozo, de subversão, de lascívia, de susto, de extravagancia e de alegria, as danças as quais nós nos apegamos requerem uma intensa capacidade em passar de um humor a outro e a inventar imaginários insolentes. Sem deixar de lado as exigências de desarticular, desarmar e chacoalhar o corpo, cada dança trabalha no sentido de evidenciar uma emoção. Um programa de faculdades imaginárias é criado para tornar visível presenças específicas, naturezas de relação com o público variadas e modos de sentir interdependentes. Época é um estudo pontuado por danças nas quais uma certa maneira de representar o poder de gestos disformes, em cena, foi questão para mulheres artistas do século vinte. Nós começamos lendo descrições de danças feitas por suas criadoras, e recusamos todo recurso à filmes, vídeos e fotografias. Depois, transformamos livremente as descrições em partituras para danças curtas. Uma vez tornadas ficção, as partituras viram gestos incarnados e começam a criar danças autônomas dos primeiros textos que lhes predeterminaram.
Apoiando o projeto na potencia da palavra e na sua capacidade intrínseca de invenção do gesto dançante, essas danças dão a ver uma história de defasagem entre os intérpretes como prolongamento de uma defasagem entre os tempos, as palavras e as sensações, o teatro e a nostalgia.
Época designa assim uma categoria qualitativa e não cronológica, na qual elementos de interpretação são postos em jogo para ativar uma história íntima e viva, quem sabe perdida ou esquecida no passado simbólico dos nossos percursos como artistas. A dança é aqui tomada como um meio bruto e direto de visitar e avivar um arquivo que não para de procurar nos nossos presentes suas vitalidades insistentes. Época investiga a magia do enigma, do mistério, da força do instante e da sua renovação assídua como fundamento do movimento performado.
Época é constituída das seguintes danças: A subversão de 1920, O susto de 1929, A extravagancia de 1926, O mistério de 1996, A conquista de 2001, A vertigem de 1968, A dominação (data desconhecida), A euforia de 1925, A crença de 1965, A ressureição de 1973, O vício de 1922, A lascívia de 1917, O gozo de 1927 e O êxtase de 1920, O transbordamento de 2015.
Volmir Cordeiro e Marcela Santander Corvalán
Coreografia e interpretação : Volmir Cordeiro e Marcela Santander Corvalán
Luz : Maël Guiblin
Operação de Luz : Ludovic Rivière - Abigail Fowler
Figurino: Volmir Cordeiro e Marcela Santander Corvalán
Coprodução: Le Quartz, Scène Nationale de Brest
Com o apoio de : Ménagerie de Verre (Paris) Casa do Povo (São Paulo – Brésil) LE CND - Un centre d’art pour la danse.
Obrigado : Clarisse Chanel, Carolina Mendonça, Phelipe Janning e toda a equipe do Quartz.
Circulação
BORDEAUX, França. 21.01.2021, Festival Treinte Treinte et La Manufacture.
VILA DO CONDE, Portugal, 26.09.2020. Festival Circular de Artes Performativas.
BREST, França, 1 mars 2019, Scène National de Brest - Le Quartz.
SÃO PAULO, Brasil. 1-4 novembro 2018 - SESC Paulista.
AURILLAC, França. 27 setembro 2018 - Biennale de la Danse de Lyon.
TEL AVIV, Israel. 29 agosto 2018 - Diver Festival
PARIS, França. 7 junho 2018 - Silencio Club.
VANVES, França. 15 março de 2018 - 20e Artdanthé.
BUENOS AIRES. Argentina. 4 setembro 2017 - Archelogias del futuro: Encuentro Internacional de Danza Contemporánea Performance y Conocimiento.
SANTIAGO, Chile. 19, 20 agosto 2017 - Nave, Centro de création y residencia.
ORLÉANS, França. 30 março 2016 - Scène nationale d’Orléans.
ARMENTIÈRES, França. 23 janeiro 2016 - Vivat la danse! Festival.
MONTPELLIER, França. 13 outubro 2015 - ICI - Centre chorégraphique national de Montpellier.
TULLE, França. 6 outubro 2015 - Théâtre Sept Collines.
PARIS, França. 24 e 25 abril 2015 - Ménagerie de Verre, Festival Etrange Cargo.
BREST, França. 24, 25, 26, 27 e 28 fevereiro 2015 - DañsFabrik, Quartz, Scène Nationale de Brest.
Imprensa
Léa Poiré, Mouvement.Critiques, http://www.mouvement.net/critiques/critiques/dansfabrik_3
Smaranda Olcèse, À bras le corps, http://www.abraslecorps.com/pages/magazine.php?id_mag=227
Rosita Boisseau, Télérama, https://sortir.telerama.fr/evenements/spectacles/volmir-cordeiro-marcela-santander-corvalan-epoque,190116.php
Agnès Izrine, Danser Canal Historique, https://dansercanalhistorique.fr/?q=content/epoque-de-volmir-cordeiro-et-marcela-santander-corvalan
Dragan Pérovic, La Montagne, https://www.lamontagne.fr/tulle/loisirs/art-litterature/2015/10/06/volmir-cordeiro-et-marcela-santander-corvalan-presentent-epoque-a-tulle_11611869.html
Rosita Boisseau, Le Monde, https://www.lemonde.fr/scenes/article/2015/02/26/a-brest-la-danse-se-penche-sur-ses-tombes_4583501_1654999.html
Gerard Mayen, Mouvement, http://www.mouvement.net/critiques/critiques/comment-le-bresil